O hábito da leitura é um prazer a ser descoberto e conquistado – e não há melhor fase para adquiri-lo do que a infância e a adolescência. Parte das crianças tem o privilégio de ter pais leitores, livros em casa e muito estímulo. Mas, infelizmente, essa não é realidade de todas. Por isso as bibliotecas escolares e comunitárias são tão importantes.
Apesar da importância, nem todas as escolas conseguem fazer um bom uso desse equipamento. Levantamento feito pelo movimento Todos pela Educação para o Observatório do Plano Nacional de Educação (PNE), com dados da Prova Brasil 2011, mostram que o porcentual de alunos da rede pública que nunca ou quase nunca utiliza a biblioteca de sua escola salta de 18,5% para 35,1% do 5.º para o 9.º ano do ensino fundamental no País. Em contrapartida, o número de estudantes que sempre ou quase sempre usa a biblioteca despenca de 57,4% para 29,9%, entre as mesmas séries.
Outro dado também chama a atenção: o porcentual de professores que leva seus alunos para a biblioteca para “momentos de leitura literária e estudos em geral”. A taxa cai de 40,1% entre professores do 5.º ano para 23% entre os do 9.º
Integrante do Movimento Brasil Literário (MBL), a coordenadora da rede de bibliotecas públicas da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, Fabíola Farias, também chama a atenção para o papel do professor. “Na educação infantil e no ensino fundamental, o aluno é levado pelo professor à biblioteca para desenvolver uma série de projetos. Mas, quando não há uma ação propositiva em torno do livro e da leitura literária, o estudante não assimila e depois abandona a biblioteca.”
Castigo. O levantamento do Todos pela Educação retrata ainda que 3% dos professores do 9.º ano do fundamental costumam mandar para a biblioteca os alunos que atrapalham as aulas, contra 1% do 5.º ano. “O próprio professor muitas vezes não compreende o espaço da biblioteca, não tem o valor da leitura constituído”, diz Fabíola.
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Fonte: Bibliothings.